Divulgarei neste espaço as poesias que escrevo quando a inspiração surge... Leiam, opinem, comentem, essa troca me será de extrema importância. Sejam todos bem-vindos sempre! Agradeço as visitas. Abraço fraterno,

Sergio Loyola

sábado, julho 03, 2010

ROCHEDO

Como somos tolos e complexos
Com nossos gestos loucos e desconexos
Talvez por não refletir
Magoamos as pessoas que amamos
Tornando a vida um eterno reconstruir
Daquilo que estragamos

Mas como não se entregar a paixão
Viver somente pela razão
Para quando chegarmos no inverno
Nos arrepender de não tentar
A intensidade de um amor eterno
Para ao menos recordar

Pobre sina dos amantes
Das suas almas errantes
Vivem o que outros têm medo de viver
Provam da essencia do amor
Porém é dificil de esquecer
Que sinônimo de saudade,é dor

E a vida segue seu caminho
Sempre a procura de um carinho
Tão imponente e forte como um rochedo
Implacável com os corações apaixonados
Entrelaçando-os num podre enredo
Para no final,acabarem dilacerados.

EQUILIBRIO DISTANTE

Eu preciso parar
De fugir de mim mesmo
Eu preciso encontrar
O equilibrio perdido
Porque ninguem chora
Sua tristeza
Ninguem fica deprimido
Com sua mágoa
Voce deve procurar
As respostas,dentro de si
Bem fundo no seu sentimento
Porque Deus não paga suas contas
Não resolve suas afrontas
Voce deve esquecer
Que o passado existiu
Pois ele é um fardo
Pesado demais para se erguer
Voce pode não crer
Mas tem de ter esperança
Que o dia seguinte
Te trará mais confiança
De seguir em frente
Dar mais um passo
Voce tem de ser forte
Mesclar razão e coração
Pois se não chega a morte
E tudo foi em vão
Voce tem que acreditar
Que voce é capaz
Que o futuro é o passado
Que pode-se modificar.

OLHOS NEGROS

Estes teus olhos tão escuros
Pequenas jabuticabas reluzentes
Guardam segredos obscuros
São como imãs,atraentes

Estes teus olhos ladinos
Estão sempre a faiscar
Provocam quaisquer desatinos
De quem deseja te amar

Estes teus olhos sorrateiros
Brincam com as emoções
Despertam sentimentos traiçoeiros
No desenlace das paixões

Estes teus olhos ansiosos
Que brilham com plenitude
São formosos,fogosos
Reflexo da tua juventude

Estes teus olhos que falam
Tão cheios de expressão
Quando zangados se calam
Despedaçando meu coração

Estes teus olhos lindos assim
Pedem um carinho qualquer
Quando teu olhar pousou em mim
Me apaixonei por ti,menina-mulher!

MERETRIZ

Desce a noite devagar
E a infeliz criatura já se apronta
Para mais um elogio,um tapa e uma afronta
No amargo comércio do verbo amar

Viu passar seus melhores anos
Das esquinas da vida,operária padrão
Da mais antiga profissão
Sofrendo na carne,seus próprios danos

Sob o sereno a rotina continua
Vendendo o corpo e tomando aguardente
Para no futuro se tornar indigente
E ser substituída no ponto da rua

Mas mesmo assim ela mantém
Bonecas na cama como criança
Perfume barato e bonita trança
Para atrair mais um vintém

Na vida sempre foi enganada
O rapaz que a deixou barriguda
O cafetão que ela ajuda
Triste sina da pobre coitada

Esta é a vida de Maria do Cais
A alegria dos marujos
Com seus corpos sedentos e sujos
A procura de um prazer a mais.

ATÉ BREVE

Voce que namorou Beth Balanço
Parte agora para o teu descanso
Levando contigo tua ideologia
Na busca ingenua do teu prazer
Dissidente mais puro da burguesia
Do grupo de risco que te fez morrer

Voce foi realmente um artista
Da vida,um grande estilista
Pena que não tenha descoberto
O nome do sócio do teu País
Mas ensinou a ver mais de perto
Ajudando uma geração a ser feliz

Voce viveu por amor
Voce morreu beija-flor
Permanecerá sempre na lembrança
Como uma bandeira de luta
Representará a eterna esperança
A sublimação de uma labuta

E se o tempo pudesse parar
Seria somente para te imortalizar
Pois quem nunca te viu
Gostaria de te sentir cara a cara
O menino menestrel do Brasil
Mas,o tempo não pára...

Privados da inteligencia da tua mente
Choraremos a poesia ausente
Para que os restos da tua presença
Sejam pingos de tamanha afeição
Que voce se tornará uma crença
Dada a leveza do teu coração.

FILHO DO VENTO

Que perda inesperada e brutal
Do último orgulho nacional
Tão rápido quanto o vento
Sua audácia,chamava-se coragem
Partiu levando nosso sentimento
Para uma derradeira viagem

Quanta alegria nas arquibancadas
Quantas marcas foram quebradas
Corria sempre na frente
Pois tinha pressa no seu modo de viver
Deve ter morrido contente
Fazendo o que jamais deixou de fazer

O Galvão Bueno exultando a exclamar:
-" Ayrton Senna do Brasil,mais uma acaba de ganhar!"
Não precisamos mais olhar a televisão
As manhãs de domingo,agora,estão de luto
Foi-se embora nossa paixão
Numa simples fração de minuto

O jeito de criança,moleque,maroto
Escondia a perícia e a técnica do piloto
Sinônimo da palavra velocidade
Das curvas,das ultrapassagens bem feitas
Restou apenas a dor da saudade
Nas homenagens que agora aceitas

Em cima do teu motor
Um povo depositava todo seu amor
O menino de ouro do Brasil
Desaparece assim ao léu
Ninguém sabe,ninguém viu
Foi disputar um Grande Prêmio no céu!

RENATO URBANO

Maior poeta dos anos noventa
Tuas palavras a alma acalenta
Professor dos amores proibidos
Menestrel das dores da paixão
A voz dos sonhos descabidos
Dos desvalidos do coração

E como dói,não mais te ver
Entre nós, não mais te ter
Ficamos órfãos da tua ausencia
Esquecidos das frases malditas
Da tua plena consciencia
Desta Nação de parasitas

Perdemos nosso rouxinol
Pois era frágil como um girassol
Viveu e morreu por amor
Aproveitando da vida,o momento
Levando a mágoa da dor
Do teu incompreendido sentimento

Permanecerá na lembrança
Sinônimo do que é esperança
Será sempre cultuado
Como um símbolo num altar
Retrato do ser amado
Mestre,a nos ensinar.