Divulgarei neste espaço as poesias que escrevo quando a inspiração surge... Leiam, opinem, comentem, essa troca me será de extrema importância. Sejam todos bem-vindos sempre! Agradeço as visitas. Abraço fraterno,

Sergio Loyola

sábado, julho 03, 2010

MERETRIZ

Desce a noite devagar
E a infeliz criatura já se apronta
Para mais um elogio,um tapa e uma afronta
No amargo comércio do verbo amar

Viu passar seus melhores anos
Das esquinas da vida,operária padrão
Da mais antiga profissão
Sofrendo na carne,seus próprios danos

Sob o sereno a rotina continua
Vendendo o corpo e tomando aguardente
Para no futuro se tornar indigente
E ser substituída no ponto da rua

Mas mesmo assim ela mantém
Bonecas na cama como criança
Perfume barato e bonita trança
Para atrair mais um vintém

Na vida sempre foi enganada
O rapaz que a deixou barriguda
O cafetão que ela ajuda
Triste sina da pobre coitada

Esta é a vida de Maria do Cais
A alegria dos marujos
Com seus corpos sedentos e sujos
A procura de um prazer a mais.

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