Desce a noite devagar
E a infeliz criatura já se apronta
Para mais um elogio,um tapa e uma afronta
No amargo comércio do verbo amar
Viu passar seus melhores anos
Das esquinas da vida,operária padrão
Da mais antiga profissão
Sofrendo na carne,seus próprios danos
Sob o sereno a rotina continua
Vendendo o corpo e tomando aguardente
Para no futuro se tornar indigente
E ser substituída no ponto da rua
Mas mesmo assim ela mantém
Bonecas na cama como criança
Perfume barato e bonita trança
Para atrair mais um vintém
Na vida sempre foi enganada
O rapaz que a deixou barriguda
O cafetão que ela ajuda
Triste sina da pobre coitada
Esta é a vida de Maria do Cais
A alegria dos marujos
Com seus corpos sedentos e sujos
A procura de um prazer a mais.
sábado, julho 03, 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário